quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Chegamos em Delhi de madrugada. O voo pousou às 04h30 da manhã, andamos 30 minutos de ônibus e chegamos ao hotel Oberoi. Saindo do maravilhoso e indispensável ar condicionado do aeroporto já deu pra sentir o clima da cidade. Às quatro e meia da manhã fazia calor como ao meio-dia em Salvador. Chegamos ao hotel, ganhamos uma marquinha vermelha na testa e um colar de flores naturais. Nos receberam como reis e rainhas, com suco fresco, muitos funcionários nos agradando e o check-in feito o que poupou uns 20 minutos do nosso sono. Tínhamos que acordar às 7 para sair, então dormimos uma hora e meia. Ótima prévia de como seriam nossas noites dali em diante.
Nova Delhi é bonita, organizada, muitos jardins, muito verde, casas e prédios interessantes. Tudo isso contrasta de forma absurda com Old Delhi. Nossa primeira visita foi à Mesquita Jama Masjid, gigante! Ela fica em Old Delhi, bem no meio da bagunça. A aventura começou no ônibus ao percebermos que eles não andam 100 metros sem enfiar a mão na buzina. Não tinha idéia de que o trânsito de São Paulo poderia parecer silencioso. Motos com 4 pessoas, tuc-tucs motorizados, como triciclos mas com toldo, parcialmente fechados, com 7 ou 8 pessoas e carros com tanta gente dentro que era impossível contar. Uns cortando os outros numa harmonia barulhenta.
Chegamos na mesquita e antes de entrar tivemos que colocar um roupinha ridícula, parecendo uma bata, toda rosa, com flores brancas. Além de horrorosa o cheiro definitivamente não estava entre os mais agradáveis que já senti. Valeu a pena o sacrifício. A mesquita é linda e foi o primeiro contato com o povo Indiano. Homens em grupo sentados pelos corredores, crianças com roupas muito coloridas, quietinhas ao lado dos familiares, famílias enormes, e muitos deles tirando fotos do nosso grupo. Pela primeira vez percebemos que para nós a atração turística era a mesquita, mas para eles, éramos nós a atração.
Quando finalizamos a visita à mesquita, que tinha uma linda vista da cidade, descemos para conhecer mesmo Old Delhi. Subimos em uma bicicleta com um banco para duas pessoas atrás e fomos na "carona" do velhinho, com poucos dentes (pretos) na boca, muito magrinho e no começo, cheio de energia para nos carregar pelas ruas estreitas daquela região.
Essa foi, sem dúvida, uma das experiências mais marcantes da viagem. As ruas eram labirintos, cheias de lojinhas apertadas, com muita cor, tecidos, frutas, legumes, muita gente, fios e mais fios e bichos. Vaca, galinha, cachorro. Todos eles convivendo numa boa com crianças, muita gente, um monte de moscas e nós, as esquisitas-branquelas do outro lado do mundo.Além de todo esse excesso de informaçao ainda tinha o fato de que nas ruas passavam carros, bicicletas, motos, outras "bikes" como a nossa. Uma loucura. Todos buzinando e desviando em cima da hora. Estávamos só esperando uma batida, mas ela não aconteceu. Frangos, cordeiros e peixes sendo vendidos em bancas, numa sujeira absurda, as moscas sobrevoando os peixes ainda com escamas e cabeça. As galinhas vivas, esperando alguém querer comê-las para que alguém quebrasse seus pescoços. A viagem no tuc-tuc-bike terminou a tempo de continuarmos adorando tudo e achando engraçado, divertido, exótico e muito interessante. A pobreza é bem chocante.
Outra coisa impressionante é a persistência dos meninos e meninas indianos que pedem dinheiro na rua. A guia nos disse que não poderíamos dar nada, nem comida, pois se déssemos, não nos deixariam ir embora. um grupo de 4 meninos e 1 menina nos seguiu por um tempão, correndo atrás do ônibus, pegando carona até chegarmos no próximo lugar para visita. Fomos ao lugar onde Gandhi foi cremado. É emocionante estar ali e pensar em toda história de vida e exemplo que foi este homem. Transformaram o local em um lindo parque.
Depois disto fomos ao Qutb Minar, que quer dizer poste em árabe. Este monumento é uma torre enorme, inteira trabalhada que marca o primeiro reino muçulmano no norte da Índia. É lindo e terminaram de construir aquilo em 1193!
Saindo de lá passamos rápido pelo India Gate que de Índia não tem nada. É um arco como os outros tantos que tem na europa.
Foi uma bela idéia do que teríamos a seguir. Um país cheio de contrastes, bem diferentes dos nossos, um povo sorridente, um transito maluco, uma mistura de cheiros e cores e sujeira, bastante sujeira.

domingo, 4 de outubro de 2009

Istambul

Em Istambul chegamos tarde e fomos direto dormir depois de longas horas de viagem. O Ritz Carlton é ótimo e depois de uma deliciosa noite de sono em uma cama maravilhosa, descemos para o café da manhã, também maravilhoso e foi aí que tivemos idéia da beleza da cidade. O Hotel fica no alto, com vista para o Bósforo e de lá podemos ver várias das construções históricas. Várias mesquitas, o Palácio Topikapi, o estádio de futebol do time do lado europeu e o outro lado, a Turquia asiática.
Tinhamos pouquíssimo tempo na cidade e saimos logo para o passeio.
Nosso guia era um Turco com cara de Recifense, Uma fofura! Ele fala português super bem e já foi ao Brasil muitas vezes levando grupos de turcos. Ele só conhece o sul do país e por isso não pode descobrir que ele passaria por Pernambucano tranquilamente. Ele me deu várias dicas de bandas Turcas para conhecer um pouco da música. Pop, Hip-Hop, Rock e percussão tradicional. Todos trocamos e-mails e ficamos amigos no Facebook. Olhando suas fotos descobri que além de guia ele também é ator! Ufa! Não sou a única atriz que trabalha com turismo.
Fomos ao centro, Sulthanamet, onde fica a famosa Mesquita Azul. A Blue Mosque ou Mesquita Sulthanamet, que é seu nome verdadeiro estava lotada de turistas. Para entrar lá não pode estar de sapato, então tiramos os nossos e colocamos meias para pisar nos tapetes da mesquita que são trocados 1 vez por ano e aspirados 7 vezes por dia, todos os dias. A mesquita fecha 3 vezes ao dia para visitação, já que os muçulmanos vão até lá rezar nos horários pré-estabelecidos. Fora isso todos podem visitá-la. Istambul tem mais mesquitas do que qualquer um pode imaginar. 2.500! A Bahia perdeu feio com suas 365 igrejas católicas.
Visitamos e Santa Sofia e o que mais me impressionou foi a mistura de influências. Cristã e muçulmana juntas, mosaicos com figuras da Virgem Maria, Jesus, e os imperadores, escultura dos doze apóstolos. Tudo isso bem perto de enormes medalhões de madeira com o nome de Alá, Maomé e outras importantes figuras para eles, além do “altar” indicando a Meca.
É incrível saber que o lugar que estou é uma cidade que passou por tantas mudanças, toda a história, os povos que dominaram a região e a influência de suas religiões e crenças.
Vistamos uma cisterna construída pelos Romanos e de lá fomos para o lugar onde eu cometeria a primeira gafe da viagem. Um resturante na região histórica, Sulthanamet. Passamos por algumas casas bem feias e pobres, caindo aos pedaços e chegamos e um lindo jardim, com mesas cheias de turistas alemães, ingleses, espanhóis e agora brasileiros. Sentei em uma mesa bem comprida com a Turca que estava nos recepcionando na minha frente. Comemos super bem, um homus delicioso como entrada e um frango temperado como prato principal. Depois disso começaram os problemas. A sobremesa era uma coisa que até agora não sei o nome e nem do que era feito, mas tinha gosto de perfume e textura de borracha. Argh! Dei a primeira colherada e deixei tudo lá, dizendo que era muito diferente para mim e dando um sorriso sem graça. Em seguida chega o garçom em nossa mesa e pergunta se aceito chá ou café. Eu respondo que quero um café, muito certa do que estou fazendo. Então todos me dizem que há o típico café turco sem coar, com o pó. Eu viro para o garçom e digo: “I want a coffee, an Italian coffee”. E então ele me faz passar vergonha da seguinte forma: “We don't serve Italian coffee, we only have Turkish coffee, this is a Turkish restaurant.”.Ui! Não foi traumático, mas confesso ter ficado bem sem graça.
A passagem por Istambul foi rápida, muito divertida e só me deu vontade de voltar, mas da próxima vez de férias e acompanhada do marido.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Agra

Sem muito tempo para escrever e postar por aqui. Tudo cronometrado. Vou atualizar aos poucos, contando os episódios e postando fotos também.
Acabo de chegar a Agra, a cidade onde fica o Taj Mahal. O Hotel fica de frente para o Taj e todos os quartos e toda a área social do hotel tem vista para lá.
O quarto em que estou hospedada tem uma varanda e uma vista sensacional de uma das maravilhas do mundo.
Foi emocionante vê-lo pela primeira vez, mesmo de longe. Agora estou saindo do quarto e vou vê-lo de perto.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Correria

Estou agora em Jaipur e desde Istambul que não consigo postar. Estou escrevendo os textos aos poucos já que não temos muito tempo. Amanhã espero conseguir postar a primeira parte da viagem, que está excelente!
Depois de amanhã vou ver o Taj Mahal. :)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Começando

Começou a aventura. Depois de longas 02horas e 15 minutos no trânsito de Sampa, finalmente chegamos ao aeroporto de Guarulhos. Lotadíssimo, cheio de figuras engraçadas. Surfistas carregando pranchas enormes, peruas com baús Loius Vuitton, grupos de adolescentes viajando em excursão, casais brigando, pessoas chorando, rindo, paquerando, bocejando, comendo e esperando.

Eu e Luana, minha companheira de viagem, trabalho, almoço, bares, baladas e afins, fizemos o check-in, comemos e fomos encontrar o grupo que vai conosco para a Índia. Demos um oi e logo decidimos entrar para evitar as filas da policia Federal. Com sorte passamos rápido por lá e chegamos ao primeiro paraíso da nossa viagem, Duty free! Ficamos namorando as maquiagens expostas com vontade de comprar uma sombra de cada cor. Compramos apenas o que precisavamos para levar (nenhuma sombra ou batom) e fomos para uma sala vip. Um oásis no meio da multidão multi étnica do aeroporto de Guarulhos. Um sofá confortável, copinhos de água fresca e um banheiro individual e bem limpinho. Perfeito pra começar muito bem a viagem.

Voamos de Turkish Airlines. O vôo é novo e sai de São Paulo, faz uma escala de 01h30 no Senegal, em Dakar e segue para Istambul. Até Dakar são 07h00 e o voo foi vazio. Fomos espalhados, cada um com pelo menos 2 lugares e alguns travesseiros. Pra quem trabalha ou trabalhou na Teresa Perez e viaja em classe econômica para outros continentes sabe que, isso sim, é um sonho verdadeiro.

Antes de voarmos estavamos conversando com o Constantino, também companheiro de viagem e ele, que já havia voado de Turkish nos disse que a aeronave era boa, a comida também, que o que faltava era um sorriso, que os tripulantes eram muito secos. Chegando no avião percebemos que ele havia sido muito gentil, bondoso e diria até carinhoso com as bruxas das comissárias da Turkish. Cada vez que uma se aproximava eu tinha medo. Elas nos deram bronca o tempo todo, perguntei o horário ela me respondeu “don`t know”. Pedimos água e a chefe respondeu “not now”. Foi assustador. Já quase chegando em Istambul conversamos com outras pessoas do grupo e soubemos que lá na frente já tinham brigado com uma aero-moça-mala que foi grossa e alguém respondeu à altura. Adoro! A chefe das chatas pediu desculpa e disse que é porque elas estão cansadas. Eu mereço?

Uma coisa muito legal de voar foi ver mais mistura de raças dentro do avião. Logo que entramos no avião, bem perto de nós sentou um menininiho que devia ter entre 8 e 10 anos que apelidamos de mini-turco. Ele era um fofo e super, super turco, apesar de filho de uma brasileira. Em Dakar entraram poucas mulheres, muitos homens negros, a maioria altos e bem magros, todos muito bem vestidos. Alguns de terno e gravata, outros de camisa social e calça e também, pra nao me decepcionar(era essa a imagem que eu fazia dos Senegaleses), alguns vestiam roupas de algodão claras, batas, calças largas de tecidos moles e todos com 1 coisa em comum, Jóias. Muitos anéis e pulseiras. Das figuras que mais me chamaram a atençao destaco uma senhora negra, bem gordinha, com uma bata verde limao, e um lenço azul royal na cabeça fazendo um turbante com cara de tribo africana. Linda! Entrou também um casal de muçulmanos, ela com a cabeça coberta e ambos muito discretos. Foi ótimo começar a ver o povo desde o avião, animou bastante.

A comida, considerando a categoria “comida-bizarra-de-avião”não é das piores. Comemos uma comidinha razoável exceto o ultimo lanche servido. Era pão duro com queijo passado e um pastrami que só Deus, ou talvez nem ele saiba de onde veio. Fizemos caras tão feias na primeira mordida que fiz questão de pegar a camera e fazer uma foto. O importante é que o lanche teve alguma função, já que não deu pra passar da primeira mordida.

Agora são 13h25 em Sampa e 19h25 em Istambul. Chegaremos lá em 01 hora e 15 minutos. Ufa! Confesso já não ter mais muita paciência e estar olhando no relógio e cada 10 minutos, o que só piora a situação. Agora é rezar pra ter sono às 05 da tarde no Brasil e 22 em Istambul, porque amanhã o dia começa bem cedo e será cheio de visitas e um voo de mais 6 horas até Delhi.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Retomando

Depois de longa pausa no blog eis que retorno e volto a contar as novidades do lado de cá. Oito meses se passaram. Visitei a Inglaterra, fiquei noiva, fui a Buenos Aires,aproveitei a balada porteña, fiquei na mordomia do Four Seasons(www.fourseasons.com/buenosaires/), trabalhei como uma louca, mudei de planos umas 70 vezes, esperei, tive paciência, perdi a paciência, tirei férias pra descansar, casei, chorei de felicidade, fui pro Ponta dos Ganchos(www.pontadosganchos.com.br/ ), comi bem como nunca, saí com os amigos, fiz novos amigos, me despedi e chorei de saudade.
De volta à velha rotina. Muito trabalho, trânsito, skype, gtalk, msn. Graças ao mundo dos Jetsons em que vivemos não sofro aguardando cartas, como Simone de Beauvoir fazia esperando noticias de seu crocodilo, Nelson Algren (Cartas a Nelson Algren: um amor transatlântico). Eu conecto e com um clic vejo em tempo real o meu jacaré, lá do outro lado do atlântico, dez mil quilomêtros distante de mim.
Enquanto aguardamos as cenas dos próximos capítulos desta novela, vou aproveitar para colocar este blog para funcionar - como era sua proposta inicial.
As últimas viagens estão todas registradas no www.flickr.com/manoelaandrade
Na próxima sexta-feira começa mais um capitulo interessante; o mais exótico, colorido e fedorento capítulo. Índia! Vou fazer uma viagem corrida passando por Istambul na Turquia, Delhi, Jaipur, Agra e Gwalior na Índia e fazendo escala em Dakar, no Senegal! Ver o Taj Mahal de perto, de longe e da janela do quarto em Agra, ver o canal do Bósforo e a mesquita azul em Istambul, ver a cidade rosa de Jaipur! Realização! Com certeza terei muito para contar, fotografar e lembrar. Retomo, prometendo manter o ritmo para que as lembranças desta viagem fiquem gravadas em outro lugar além desta cabeça.



terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Manoela não-viajando

Final de Fevereiro, carnaval, muito calor. São Paulo mais vazia que nunca e eu mais em casa que nunca.

Meus amigos e queridos coleguinhas brasileiros estão viajando, desfilando, pulando, parados no transito, na multidao de pitangueiras, na farra de São Luis do Paraitinga, na Bahia ouvindo chiclete com banana ou em Recife e Olinda, vendo shows de Maracatu e bonecos gigantes.

Eu estou aqui, na boa e velha Sampa, com um calor absurdo, chuva diária, muitos filmes da locadora e um telefone "blackfuckingberry" que toca eventualmente. O tal é o tel. de emergencia da Teresa Perez Tours, agência fina(finérrima, finíssima, ou phina, com ph mesmo).

Estou em casa desde sábado, de onde sai 3 vezes no ultimos 3 dias. Uma delas fui para a piscina, 3 andares abaixo, o que nao caracteriza sair de casa de fato, já que, todo mês, pago o condomínio.

Outra vez foi no sábado, saí e fui para a agência, fiquei lá umas 6 horas, resolvi uns probleminhas alheios (é sempre assim, argh!) e voltei pra casa. Que fique claro que isto não define a saída ideal no meio de um feriadão. Apesar de não ser das maiores fãs de carnaval e feriados nos quais tudo lota, menos sp, trabalhar está longe dos sonhos de qualquer trabalhador em feriado nacional.

A ultima saída sim, essa valeu a pena! Jantar no Viva Mexico com a Melissa. Além da comida deliciosa, caminhamos pela Vila Madalena(muito vazia!) depois paramos na padaria pra tomar algo bem gelado. Conversamos muito, demos risada e teve até ataque de riso, daqueles de não conseguir parar. Ótimo!

O feriado foi mesmo em casa, muitos filmes, horas conversando com o Schaal, muitas horas de sono. Consegui descansar de verdade já que dessa vez já que o disk "grown up baby sitter" não tocou muito.